Omar Suleiman, o "sumo-sacerdote"

Omar Suleiman, designado vice-presidente do Egipto em 29 de Janeiro pelo chefe de Estado Hosni Mubarak, um cargo que estava vazio há 30 anos, poderá surgir esta noite como o sucessor do líder egípcio.
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O novo homem forte de Mubarak, recorda o diário madrileno El País, estreou-se no cargo com uma mensagem moderadora e disposto a abrir negociações imediatas "com todas as forças políticas para iniciar um diálogo sobre as questões relacionadas com as reformas constitucionais e legislativas". No entanto, e ao longo das duas semanas de contestação popular que exige a demissão de Mubarak, demonstrou um discurso contraditório e ameaçou inclusive com um "golpe militar" para "pôr termo ao caos".

A carreira do general Omar Suleiman, 75 anos, começou a despontar em meados da década de 1980, como vice-chefe da espionagem militar. Em 1991 foi designado para diretor desse serviço, até ascender apenas dois anos mais tarde a responsável pela direção-geral dos serviços de informações, a polícia secreta egípcia. Considerado pelos seus críticos como "muito próximo da CIA", os serviços secretos dos EUA, Omar Suleiman permaneceu na sombra até 2001, quando assumiu importantes dossiers do ministério dos Negócios Estrangeiros.

Desde então tornou-se uma figura pública e em 2009 o London Telegraph e a revista Foreign Policy definiam-no como o mais poderoso chefe dos serviços secretos da região. Um "sumo-sacerdote" ainda mais poderoso que o chefe da Mossad, os serviços secretos de Israel. A sua estreita relação com Mubarak, e a sua fama como mediador no conflito israelo-palestiniano converteram-no no candidato para substituir Mubarak e ultrapassar o próprio Gamal, filho do chefe de Estado e que estava a ser preparado para a sucessão.

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